domingo, 7 de outubro de 2012

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6ª Etapa. Cea - Santiago de Compostela

6ªfeira - 07 Setembro 2012

Último dia do Caminho Português Interior de Santiago de Compostela.
Nesta manhã tivemos um despertador especial, o barulho efectuado pelos peregrinos, despertou-me e não consegui adormecer.

A noite passada tinha sido para esquecer, como nunca bebo, e bebi um pouquito a mais, imaginem só o que aconteceu - borracheira.  Pelo menos para adormecer, foi um espectáculo, tiro e queda!

Levantei-me e o albergue já estava quase vazio. Preparei-me e saí para ir buscar a bicicleta, mas depois lembrei-me que precisava do Alfredo e do Spínola, porque as bicicletas ficaram todas unidas com vários cadeados.


A manhã estava fresca, e o ideal para pedalar. Saímos todos juntos e fomos ao local do crime da noite passada - Sol y Luna tomar o pequeno almoço.

Estômago reforçado e colocámo-nos a caminho, esta seria a última Etapa e sabíamos que ainda ia custar, não tanto pelos quilómetros que íamos ainda percorrer, mas sim pelo cansaço acumulado.


já nem me recordo onde é que paramos para almoçar, mas incrível que pareça o meu almoço foi o meu primeiro bocadillo de todo o caminho. 

(Em 2008, quando fui a Barcelona e que comi pela primeira vez um Bocadillo com jamon fumado e tomate picante. Desde daí fiquei completamente rendido aos Bocadillos de Jamon!!)

Nos últimos quilómetros, apareceu-me uma dor no joelho direito e devido a isso, fiquei um pouco assustado. Tenho dois amigos, que deixaram de praticar BTT devido a essas dores.


Mas ao avistar a catedral no horizonte, recuperei e ganhei forças para os últimos quilómetros. O ânimo restabeleceu-se e lá entrámos na Praça Obradoiro. Fiquei pasmado, de todas as outras vezes que tinha lá estado como peregrino, nunca tinha visto como estava, repleta de bicigrinos como nós!!

Catedral À Vista!!!

 
Praça Obradoiro


Tirámos a foto da praxe, com a catedral nas nossas costas, e fomos em direcção da Oficina do Peregrino para recebermos a nossa Compostela. A fila começava cá fora e passado uns bons minutos de espera, lá chegou a nossa vez de a recebermos. 


Eu como já tenho duas Compostelas iguais, pedi a não religiosa. Na altura que chegamos à recepção, temos de entregar a nossa credencial, para que vejam que fizemos os quilómetros necessários para receber a Merecida Compostela, e nessa altura preenchemos uma folha, que temos de pôr o nosso motivo da peregrinação, eu coloquei por motivo desportivos e por isso recebi a outra Compostela, também ela bonita, ao menos é diferente.



Fim

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5ª Etapa. Albergueria - Cea

5ª feira- 06 Setembro 2012

Mais uma noite de descanso bem passada. Não me recordo da hora exacta que me levantei, mas sei que falhámos ao prometido à señorita Maria de Jesus, companheira do Sr Luíz.

Preparámos-nos e arrancámos para o penúltimo dia de viagem. O Spínola teve de voltar atrás porque se esqueceu de algo. Esperei um pouco ao lado de um cruzeiro e quando ele apareceu, já vinha acompanhado. Alfredo, já vinha de Sevilha e como nós, foi a primeira vez do caminho que encontrou peregrinos.

Era Catalão, natural de Girona e já tinha 900km nas pernas. 

No inicio pensamos em apenas acompanhar o Alfredo até Cea, mas depois ao longo do caminho, logo nos apercebemos que iríamos terminar esta epopeia na sua companhia. A primeira paragem desta Etapa foi em Xunqueira de ambia, que era para ser a nossa Etapa terminal do dia anterior. Mas também não perdemos nada de especial, e até parece que foi o destino, que nos fez ficar no Rincon Del Peregrino.

Digo isto, porque era tudo muito diferente de todos os albergues que conheci ao longo destes 2 anos de caminho. O bar forrado de Vieiras, o próprio albergue e no dia seguinte termos conhecido o Alfredo. O caminho tornara-se mais animado.

A segunda paragem foi em Ourense, para o merecido Almoço. Repostas as energias, pusémo-nos a caminho. Fizemos uns bons quilómetros planos e ao passar por um pequeno túnel, chegou o martírio desta etapa, um longa subida e com muito calor à mistura. 


 Sou sincero convosco, tive de parar, ao contrário dos meus companheiros de viagem que seguiram sem parar. Descansei um pouco numa curva, tinha lá um muro, que ao olhar para ele, logo percebi que era um convite para me sentar, e agradeci!!

Passado uns minutos, ganhei novamente coragem e pus-me a caminho, passado uns valentes metros, vi o fim desta interminável subida e os meus companheiros. No topo desta havia uma fonte, recuperei todas as gotas de água que perdi.


Prosseguimos viagem.
Antes de chegar a Cea, atravessámos alguns estradões e pontes romanas. A paisagem era única, e no meio do caminho parámos junto à casa de César. Não tenho a certeza se era um Albergue, mas o proprietário era muito simpático e convidou-nos logo a entrar, pôs-nos logo à vontade, ofereceu-nos água fresca e depois estivemos a conversar um pouco. 


Despedimo-nos de César, e seguimos viagem. Passámos por mais um estradão Romano e pouco depois chegaríamos a Cea. 

Ainda em Chaves, quando estavámos a reparar as nossas montadas, estava lá um Senhor que nos aconselhou a ficar em Cea, porque tinha uma arrecadação própria para as bicicletas. Ao chegar à dita Localidade, deparámo-nos com algumas pessoas à frente do albergue, eram todos eles peregrinos. 

Instalámo-nos no albergue e fomos à procura dos nossos novos companheiros de albergue, em todos os outros dias que terminávamos as etapas, ficámos sempre sozinhos! 
Neste ocasião era para comemorar...


Pouco depois, fomos jantar ao café Sol y Luna, especialidade da casa - hambúrgueres, e tinham um excelente Licor, que o Juan fez o favor de acabar com ele. 

E assim terminou este dia.

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4ª Etapa - Chaves / Albergueria (ESP)

Depois de mais uma boa noite de descanso, saímos do quarto e o Spínola foi à procura do Senhor que nos podia abrir a porta da garagem para retirar as bicicletas.

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Para nosso espanto, o Spínola tinha o pneu de trás em baixo, provavelmente um furo lento do dia anterior. Troca feita de câmara de ar. Aproveitámos o facto de estar num quartel dos bombeiros para dar uma mangueirada nas biclas. Após a limpeza à pressão, fomos à procura de uma loja de bicicletas.


Ao encontrar a dita loja - Run & Bike. A loja ainda se encontrava encerrada, mas até nisso tivemos alguma sorte. O proprietário estava na entrada e perguntámos ao mesmo, julgando que fosse um funcionário, qual o horário de funcionamento, e este ofereceu-se logo, se queríamos deixar às bikes na loja, enquanto fossemos comer algo.


Dito e feito, fomos ao E. Leclerc e tomámos o pequeno almoço e aproveitámos para comprar algo para a viagem. 

Regressámos à loja, o Spínola teve um pequeno problema com os travões, e eu precisava de mudar as pastilhas e pôr um pouco de liquido tubeless no pneu de trás. Enquanto esperávamos pelas bikes, deambulamos pela loja e falámos com um cliente que nos deu informações bastante boas.

Falou-nos do Café em Albergueria  que era todo forrado de Vieiras, e também que em Cea tinha um Albergue Municipal com uma arrecadação própria para guardar as bicicletas e esse ponto era-nos importante.

Sem falar da famosa subida antes de chegar a Albergueria. Talvez fosse a subida mais difícil em território Espanhol, talvez não, foi mesmo!!

O plano inicial era terminarmos o dia em Xunqueira de Ambia, que ainda ficava mais ou menos 30 km de Albergueria, mas com o nosso atraso abismal no inicio desta etapa, acabámos por ficar em Albergueria, mas não vou terminar a crónica aqui, porque ainda há muito quilómetro para relatar.


Não podíamos demorar mais e despedimo-nos da Run & Bike, a etapa ia ser longa e dura, mas  mesmo assim ainda tivemos de parar, porque o Spínola levava material a mais e decidiu enviar algum peso para Lisboa. Fomos a uma estação dos CTT, e lá se fez o envio.

 Primeiro Marco do Caminho - Casa do Escudo, Verin (ESP)

Quando partimos definitivamente com destino a Verin, já era quase Meio-dia (12h), ao entrar em Espanha aumentava uma hora, e a etapa ainda estava a começar. Ao chegar a Verin, aproveitámos para almoçar Aqui!



Durante o almoço, obtive mais informações para a próxima paragem LAZA. Pelas indicações obtidas, tínhamos de ir até ao Albergue Casa do Escudo e ao lá chegar, contornávamos o Albergue à direita e era só seguir pela estrada até encontrar novamente setas.


Este troço que iríamos seguir, fazia ligação com o Caminho Sanabrés, que por sua vez faz ligação com o famoso Caminho Via de Prata que começa em Sevilha. E se fossemos pela esquerda da Casa do Escudo, íamos pelo Caminho do Sul, que depois fazia ligação em Ourense. 

E foi-me dito que por Laza era mais difícil mas que a beleza da região montanhosa compensava o esforço, e assim foi. Seguimos pela estrada e ao inicio instalou-se um pouco de preocupação, já não via uma única seta há uns quilómetros, mas ao ver a Primeira, o pânico inicial desapareceu imediatamente, ufa que alivio!!

Até Laza o caminho foi feito tanto em estrada com em trilho. Como se pode ver em algumas fotos tiradas durante o caminho.




Ao chegar a Laza, fomos a um mini mercado em busca de Carimbos, e principalmente de alguma bebida isotérmica. As bebidas levamos, mas os carimbos até me esqueci deles.

Prosseguimos e quando saímos da estrada nacional, entrámos numa secundária e parámos mais uma vez mas desta para reabastecer de água.


Porque depois veio a parte mais dura deste caminho, a mega subida começava agora e esta levou-me ao limite pela segunda vez neste Caminho, a primeira foi na 2ª etapa. A paisagem era de cortar a respiração, eu também já não a tinha!!!





Ao chegar ao fim desta interminável subida, estava completamente exausto. Descansámos um pouco ao lado de uma palete com alguma publicidade a um albergue, nem sonhava que era ali que íamos pernoitar!


Logo a seguir entrámos em estrada e pouco depois chegámos a Albergueria, e encontrámos um pequeno café com uma grande mesa cá fora, tipo esplanada, com um ar muito acolhedor. 


Era o famoso bar forrado de vieiras. Ao entrar o Luiz (o dono), ofereceu-nos uma Vieira e um marcador, e deixei o nosso Marco.




Cada vieira fixada na parede, representa um grupo ou um único peregrino. Este bar já existe desde 2004, agora imaginem só quantas pessoas é que já cruzaram em Albergueria, nem há conta! 


Tínhamos parado apenas para comer algo, mas a hora já era tardia para continuar viagem e decidimos ficar por ali. Mesmo à frente do Café, havia o Albergue Rincón del Peregrino, traduzindo - O Abrigo do Peregrino. 

 


Nunca tinha ficado em nenhum albergue sem ter que pagar um donativo, era completamente gratuito. Até havia comida e podíamos cozinhar, tínhamos um fogão ao nosso dispor e havia uma pequena despensa com massas  e enlatados e não teríamos de pagar nada, mas o cansaço era tanto, que preferimos ir ao Café do Luiz e comemos uma saborosa empadilha só de vegetais, e contribuir com algo aos nossos Anfitriões.


Na entrada do albergue tinha uma manjedoura, era ideal para lavar roupa.
De todos os locais onde ficamos, desde que começámos a viagem, foi o local mais acolhedor que fiquei, falo por mim e tenho quase a certeza que o Spínola tem a mesma opinião.

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